Postado por Adriana Gomes em 15 de dezembro de 2010 | Mercado de Trabalho

Como recrutar os melhores profissionais para sua startup

Como ex-headhunter, eu sei o quanto é difícil encontrar as pessoas certas para os lugares certos. Entretanto há um movimento interessante acontecendo. Pequenas empresas podem ser bons investimentos de carreira e não apenas multinacionais como o destino certo para crescer e se desnvolver profissionalmente. Há vantagens de se trabalhar nas pequenas empresas. A metéria  da Priscila Zuini, de EXAME.com vale a pena .

Um abraço, Boa leitura!

Adriana Gomes

As startups podem ser uma boa oportunidade no mercado de trabalho, por isso, o movimento de candidatos a vagas nesse tipo de empreendimento têm crescido. É a chance de usar a veia empreendedora sem abrir o próprio negócio.

Para as empresas iniciantes, não ter um departamento dedicado ao assunto pode ser um fator positivo na hora da contratação. “Elas têm chance de começar um novo modelo diferente do que está acontecendo que não tem funcionado. A pequena não precisa desconstruir para construir, ela pode começar desde já”, explica Jaqueline Weigel, diretora geral da Weigel Coaching.

Para Adriana Gomes, coordenadora acadêmica da área de pessoas e do centro de carreiras da pós-graduação da ESPM, a atração é a parte mais complicada para as empresas menores. “Mas hoje os jovens estão percebendo que as pequenas empresas podem ter um grande potencial”, diz.

Participe
Como as startups não contam com grandes equipes de recursos humanos, é essencial que o empreendedor participe da seleção. “O responsável direto pelo trabalho precisa participar do processo. No futuro, quem vai contratar é o gestor e a equipe, como acontece no Google hoje”, opina Jaqueline.

O perfil do novo funcionário também não pode ser aleatório. Por isso, a participação do empreendedor é fundamental. “Na hora da contratação, é preciso ter o máximo de foco possível em duas coisas: na habilidade do profissional, buscar pessoas com muita técnica, e na atitude, precisa ter uma visão empreendedora também”, explica o diretor operacional da Desix, André Assef.

Um dos riscos de não acompanhar de perto a contratação é deixar passar algumas características comportamentais indesejadas. Uma dica é “buscar gente com o mesmo perfil de quem começou o negócio, mas com foco em resultados”, assegura Assef. “Algumas características importantes são proatividade, criatividade, objetividade, prática, energia empreendedora e comprometimento com resultado. Essas características têm que estar muito presentes na hora da seleção porque não vai dar tempo de buscar o aperfeiçoamento das pessoas do grupo”, diz o executivo.

Salário
Com um orçamento apertado, grande parte das startups não tem condições de atrair os mais qualificados pelo salário. Para a especialista Jaqueline Weigel, isso não é tão ruim assim. “Uma pesquisa feita no começo do ano sobre o que é importante para as pessoas no cenário de trabalho indicou que os talentos querem, neste ordem, empresas onde são reconhecidos e valorizados, oportunidade de crescimento, aprendizado constante, modelos de liderança e, então, um bom salário”, diz.

Mas, vale lembrar, é importante fazer uma pesquisa no mercado para não cair no “vício de contratar barato”. Além disso, parte da retenção de colaboradores depende da oportunidade de crescer junto com a empresa. “Não precisa começar com uma remuneração muito alta mas oferecer participação do funcionário no crescimento”, conta Jaqueline.

O cumprimento de objetivos e o foco em resultados ajuda a segurar os bons funcionários. “Nessas empresas, você vende o seu sonho. É importantíssimo mostrar que os objetivos prometidos no começo estão acontecendo”, explica Assef. “É uma aposta. É uma decisão de estilo de vida. O risco é maior e o retorno também”, conta Pedro Motoryn, cofundador do Mais Startup.

Para manter o colaborador na empresa, alguns pontos são essenciais, segundo os especialistas. “Oferecer espaço para inovação e criatividade, desenvolver lideranças eficazes, investir em programas de treinamento e desenvolvimento, melhorar a qualidade de vida dos funcionários e manter a proximidade do núcleo de poder e de decisão”, diz Adriana. “Os colaboradores podem esperar para o futuro realização profissional e pessoal, qualidade de vida, flexibilidade, inovação e escolher com quem você vai trabalhar”, afirma Motoryn.

Questionar o candidato sobre o plano de carreira é essencial. Mesmo que a empresa ainda seja bastante iniciante, o funcionário espera percorrer um caminho dentro do negócio. “Pergunte qual o plano de carreira: se ele tem um ou vai jogar essa responsabilidade nas mãos da empresa. É importante que ele mesmo tenha um plano”, diz Jaqueline. “Ele precisa pensar no plano de carreira e saber que existem outras opções além das multinacionais”, explica Adriana.

Canais
É na internet que se concentram boa parte das forma de contato entre os empreendedores e os candidatos. “Facebook e Linkedin são canais diretos com quem está buscando trabalho”, diz Jaqueline. O site Mais Startup é um desses canais. A proposta é conectar futuros funcionários e empresas iniciantes.

Criado há nove meses, o portal reúne 192 startups oferecendo oportunidades todos os dias. A ideia foi do executivo Pedro Motoryn , que trabalha em um fundo de private equity, e sua sócia no projeto, a consultora de estratégia Maria Isabel Miranda. Eles perceberam a necessidade de uma ferramenta que ajudasse esses empreendimentos.

Perfil
Segundo dados do Mais Startup, empresas brasileiras deste tipo têm faturamento médio de 200 mil a 600 mil reais anuais, empregam de 5 a 25 funcionários e concentram-se nos segmentos de tecnologia e mídia.

A maioria delas (55%) oferece empregos fixos, enquanto 15% buscam profissionais freelancer e 15%, estagiários. As startups procuram gente em início de carreira – 40% querem pessoas com até 2 anos de experiência e outras 40%, com até 5 -, o que se reflete também no perfil das vagas oferecidas – 83% são para analistas, programadores e gerentes junior. O perfil dos empregados pelas startups é jovem e conectado. Oito em cada dez tem menos de 28 anos e 90% têm perfil no Twitter.

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