Alto índice de rotatividade de emprego entre os jovens.
Alto índice de rotatividade de emprego entre os jovens.
Os jovens são os que mais trocam de emprego na indústria, um dos setores que mais empregam no País. Enquanto a rotatividade atinge apenas 1,15% dos trabalhadores com mais de 50 anos, o número sobe para 5,52% na faixa etária até 20 anos. É o que mostra levantamento feito pela Ecobenefícios Good Card, empresa especializada em benefícios corporativos.
O comportamento é um dos fatores que podem explicar a mudança de emprego de forma mais frequente entre os jovens. Segundo o diretor executivo da Ecobenefícios, Alexandre Leite, por almejar um crescimento profissional muito rápido, o jovem acaba trocando mais de emprego a fim de atingir esse objetivo.
A pesquisa mostra que quanto maior a faixa etária, menor a rotatividade. Esse comportamento pode estar relacionado à menor carga de responsabilidade familiar entre os mais novos. Porém, a situação financeira influi na rotatividade.
Segundo a Coordenadora Acadêmica da Área de Pessoas e do Centro de Carreiras da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Adriana Gomes, os jovens de classes mais baixas permanecem mais no emprego porque têm mais necessidades que os de classes mais altas.
O jovem é imediatista, quer ser desafiado e ver suas ideias materializadas. Se a empresa não sinaliza isso no curto prazo, o profissional não pensa duas vezes em mudar de emprego caso receba nova oferta, de acordo com a coordenadora da área de gestão de carreiras da Fiap, Janete Teixeira Dias.
“O jovem cria uma expectativa e se ela não se concretiza, ele não tem paciência de esperar”, diz a coordenadora da Fiap.
O grande desafio das empresas é reter os talentos. Isso porque há gastos para definir o perfil do funcionário, selecionar, contratar e treinar. Quando, após esse processo, o profissional deixa o emprego há um desgaste para a companhia e até atrasos em projetos.
Na avaliação de Adriana, o momento atual da economia pode ser uma boa oportunidade para o jovem profissional crescer na empresa, já que muitas delas estão investindo na retenção de talentos. “Quem está bem no emprego precisa avaliar se vale a pena trocar. As instituições veem com bons olhos os profissionais dedicados”, ressalta.
Desenvolvimento
O jovem não deve avaliar só o retorno financeiro, mas se a empresa investe no desenvolvimento da carreira dos funcionários, se dá oportunidade para aprender novos idiomas e se há um programa de bolsa de estudos para cursos, como pós-graduação, por exemplo.
“As companhias precisam buscar alternativas para motivar o jovem a permanecer no emprego. Um desses caminhos pode ser proporcionar o acesso ao conhecimento, muito valorizado por essa geração”, afirma Leite.
Trocar de emprego com frequência pode ter duas avaliações na visão das empresas. O resultado vai depender da argumentação do profissional para justificar as mudanças. De acordo com Janete, se a troca ocorre sem uma motivação bem fundamentada, uma futura empresa contratante pode interpretar isso como falta de comprometimento.
Já se o profissional participou de diversos projetos em diferentes empresas, mas esteve presente do começo ao fim do trabalho com resultados positivos, a situação reflete positivamente. “A construção do currículo precisa mostrar coerência e uma trajetória consistente”, afirma ela.
http://blogs.estadao.com.br/jt-seu-bolso/mudanca-de-emprego-pode-decepcionar/
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