A soma de dois medos

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Retenção de Talentos a Todo Custo

Por Adriana Gomes (*)

As relações de trabalho mudaram e as empresas continuam querendo que o profissional seja fiel apenas a ela. O que, de fato, elas ganham com isso?

 
 
Veja só que ironia. Na década de 80 as empresas começaram a utilizar um discurso para seus funcionários que dizia praticamente o seguinte: “Agora, você deve ser o responsável pela sua carreira.” Nessa época as empresas praticamente decidiam o que fazer com a carreira de quem trabalhava lá. Foi uma época de demissões e downsizing.
 
A empresa precisava enxugar e renovar o quadro de funcionários ela não precisava reter, pelo contrário, precisava ser mais ágil e competitiva.O funcionário, levou um susto, sentiu-se desamparado, perdido, pensando, e agora? Como faço para gerenciar a minha carreira? Nunca me ensinaram isso. Passados 30 anos, temos o efeito dessa medida enraizada e a empresa sofrendo com a dificuldade para reter os bons profissionais. As pessoas começaram a entender que nem sempre a segurança e estabilidade oferecidas pela empresas representava o melhor para elas.
 
A possibilidade de sair e conhecer novas organizações e modelos de gestão, fez com que as pessoas adquirissem mais conhecimentos e possibilidades de escolhas.Os valores sociais mudaram, deixar uma grande empresa já não é sinal de fracasso, muito pelo contrário, é visto com bons olhos, sinal de que o profissional consegue se adaptar ao novo e que suas experiências anteriores podem ser fundamental para encontrar novas soluções e propor novas ideias e projetos.
 
Para o trabalhador também essa experiência é enriquecedora, pois agrega conhecimentos novos, relações renovadas e mais experiência. Esse conjunto de fatores tornam o profissional mais seguro do que pode fazer e oferecer à um futuro empregador. Quando as pessoas ficam muito tempo em uma empresa acabam com a sensação de que estão deixando de aprender, que poderiam aprender mais em outra empresa. Nem sempre essa expectativa é correspondida, é fato, mas as pessoas preferem correr o risco e isso não é ruim.
 Acontece que em muitas empresas existe um espírito meio rancoroso, por assim dizer, pois em sua política não aceitam ex-colaboradores de volta, o que pode ser uma miopia. Um ex-colaborador que escolhe retornar, pode ter avaliado que vale a pena continuar onde já esteve pois teve a oportunidade de viver outras experiências e preferir aquela organização a outra. Isso pode ser um estímulo para a relação de trabalho.
O que muitas organizações querem é reter seus trainees e estagiários a todo custo, pois não querem perder seus talentos para o mercado, limitando a possibilidade desses jovens viverem outras experiências. Avaliam que se ele foi embora o dinheiro investido foi perdido e jogado fora. Penso que esse é o caminho errado. Acredito que a empresa deve ser catalisadora das boas experiência nesse período e que deva ser um período muito rico e significativo pessoal e profissionalmente.
O papel dos programas de estágio e trainees deveria ser entendido o de co-construção da identidade profissional dos jovens, muito mais pensando na formação dos jovens do que na própria organização num primeiro momento e se eles quiserem ficar e nem olhar para outros empregadores será um opção deles.
O que vejo com frequência é que esse jovem é visto como mão de obra barata e muitas vezes não há nenhum programa de desenvolvimento. Assim, ele é tratado como alguém descartável e ele sabe disso. Sem perspectivas de crescimento ou reconhecimento a tendência é desmotivação e, naturalmente, a busca por oportunidades melhores.
Acredito que uma boa parte dos jovens devam sair e experimentar outras relações de trabalho e vivenciar outras culturas organizacionais e, se optarem por voltar para a empresa onde atuaram, isso sim, deve ser visto como um processo bem sucedido de seleção e treinamento de estagiários e trainees, pois significa que puderam conhecer o mercado e se conhecerem melhor e com isso optaram por voltar a organização de origem para dar continuidade ao processo de desenvolvimento profissional.
(*) Adriana Gomes. Professora, Mestre em Psicologia, pós-graduada em Psicologia Clínica, Psicóloga, (CRP 30.133), Coach certificada pela Lambent do Brasil e reconhecida pela ICC – International Coaching Community. Coordenadora do Núcleo de Estudos e Negócios da ESPM e do Centro de Carreiras da ESPM. Autora do Livro Mudança de Carreira e Transformação da Identidade, Colunista da Folha de S.Paulo, Blogueira do site www.vidaecarreira.com.br

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