Japão está em primeiro lugar, onde 70% dos trabalhadores apresentando sintomas de esgotamento e estresse
Por Jade Lourenção para www.consumidormoderno.com.br
O conceito de experiência do colaborador tem tomado forma nos últimos anos, forçando as empresas a pensar não só na produtividade, mas na qualidade de vida dos funcionários. Mesmo assim, o Brasil continua sendo um dos países que mais tem profissionais sofrendo de síndrome do esgotamento profissional – o famoso burnout.
Segundo a International Stress Management Association (ISMA), cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros possuem sintomas de exaustão extrema, esgotamento e estresse ligados ao ambiente profissional. O dado mais chocante nesta pesquisa é que nós estamos em 2º lugar no ranking mundial, atrás apenas do Japão, que soma 70% da população ativa no mercado sofrendo dos mesmos problemas.
A síndrome de burnout é causada por consequência de excesso de trabalho e situações desgastantes ligadas a ele. O problema ficou tão sério recentemente que, em 2022, recebeu o código QD85 na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID) – o diagnóstico possibilita até 15 dias de afastamento remunerado.
Segundo Paulo Bertolini, diretor-geral da APCER Brasil – empresa de origem portuguesa prestadora de serviços de certificação, auditoria a fornecedores, auditoria interna e treinamento – é urgente implementar soluções de trabalho saudável. “O burnout não apenas afeta a saúde e bem-estar dos profissionais, mas também tem um impacto significativo na produtividade e no desempenho das organizações. Precisamos implementar estratégias eficazes de gerenciamento do estresse”, explica.
Medidas tomadas para prevenção do burnout
A International Organization for Standardization criou, em 2018, uma norma chamada ISO 45001: Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional. Ela aborda requisitos direcionados não apenas na prevenção do bem-estar físico dos colaboradores, mas também da saúde mental.
Essa norma é responsável por reconhecer pontos que influenciam no estresse dos trabalhadores, além de traçar estratégias para contornar essas situações. Essa norma pode ser implementada em qualquer empresa, não importando o setor ou tamanho. Depois, a organização interessada em uma certificação para garantir que os requisitos estão sendo seguidos deve contatar um organismo que inicie o processo de auditoria afim de evitar o burnout e outros problemas.
“Para as não conformidades identificadas, a organização terá de evidenciar a implementação de um plano de ação corretiva e, após essa execução, o organismo de certificação emite o certificado de conformidade ISO 45001. A certificação é válida por três anos, sendo necessário a realização de auditorias anuais de acompanhamento”, acrescenta Bertolini.
Benefícios da implementação da norma ISO 45001
• Facilitar a implantação de duas ou mais normas ISO, a partir da adoção da Estrutura de Alto Nível – Anexo SL, que integra os padrões ISO;
• Alinhar a gestão da Saúde e Segurança Ocupacional à estratégia da empresa;
• Conhecer e gerir de forma mais efetiva os perigos, os riscos e oportunidades relacionados à saúde e segurança ocupacional;
• Estabelecer controles operacionais para eliminar ou minimizar os efeitos em potencial e, até mesmo, eliminá-los;
• Melhorar a comunicação e a capacitação para que todos da empresa estejam conscientes e compromissados em eliminar ou reduzir os riscos da saúde e segurança ocupacional;
• Estabelecer uma cultura de segurança e saúde ocupacional, que prima pela prevenção e pela saúde dos trabalhadores;
• Proporcionar grande envolvimento e conscientização sobre os riscos de Saúde e Segurança do Trabalho;
• Assegurar que os trabalhadores assumam um papel ativo com relação ao sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional;
• Reduzir/minimizar os riscos e os custos com os acidentes;
• Diminuir o tempo de inércia e os custos de interrupção das operações;
• Redução do absenteísmo e das taxas de rotatividade de funcionários;
• Reduzir probabilidade de prejuízos financeiros com multas, embargos e/ou passivos trabalhistas;
• Diminuir índices de afastamentos e de turn over;
• Melhorar o ambiente de trabalho e a qualidade de vida dos trabalhadores;
• Potencializar a imagem da organização.