Por Carolina Ferraz para a #Trendings
com a colaboração de Adriana Gomes
A síndrome de burnout é uma doença mental causada pelo estresse crônico e pela tensão emocional gerada no ambiente de trabalho
O termo ‘burnout’ tem se tornado cada vez mais frequente quando o assunto é saúde mental. O tema ganhou ainda mais destaque depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu, em janeiro deste ano, a síndrome como uma doença ocupacional. Agora, o burnout tem o seu próprio código na Classificação Internacional de Doenças (CID). Dessa forma, na prática, o paciente que é diagnosticado com a síndrome tem os mesmos direitos trabalhistas e previdenciários assegurados no caso das demais doenças relacionadas ao emprego.
De acordo com uma pesquisa realizada, em 2019, pela International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR), 72% dos trabalhadores brasileiros sofrem algum tipo de sequela causada pelo estresse. Entre eles, 32% são diagnosticados com burnout.
O que é burnout e quais as causas?
O nome ‘burnout’ vem da junção de duas palavras em inglês: ‘burn’, que significa queimar, e ‘out’, que quer dizer exterior. “O burnout acontece por conta de um grau de exigência externa e um grau de autoexigência também”, explica Adriana Gomes, mestre em psicologia e coordenadora da área de Carreira e Mercado da ESPM. Este distúrbio está relacionado ao esgotamento profissional, ou seja, é uma doença mental causada pelo estresse crônico e pela tensão emocional gerada no ambiente de trabalho – o que também pode provocar estados depressivos e episódios de ansiedade. “O burnout é a consequência de uma pressão muito grande, de uma ansiedade”, afirma a especialista. “Esse estresse faz com que a pessoa colapse”, complementa.
Número de casos pode ter aumentado durante a pandemia
Segundo um levantamento feito pela plataforma de marketing online, Semrush, a palavra burnout apresentou um aumento significativo no número de buscas na internet durante a pandemia de covid-19. Entre julho de 2020 e julho de 2021, as pesquisas pelo termo tiveram um crescimento de 122%. “A pandemia pode ter levado ao aumento do burnout, porque houve uma mudança dramática no estilo de vida das pessoas”, comenta Gomes. “As rotinas são estruturantes na vida do ser humano. Mentalmente e emocionalmente. Quando você faz coisas conhecidas e previsíveis, você mantém o seu organismo dentro de um quadro de tranquilidade. Quando você muda a sua rotina e ela fica imprevisível e incontrolável, isso gera um desgaste, um esgotamento”, acrescenta.
Quais são os sintomas?
O fato de ser uma doença relacionada ao estresse faz com que o burnout tenha uma série de sintomas. Muitos deles, inclusive, aparecem de forma leve e vão piorando com o passar do tempo. Por isso, é importante que o diagnóstico seja feito por um profissional da área. “As reações podem ser as mais diversas. Desde a apatia completa até atitudes mais agressivas, mais inesperadas para o perfil daquela pessoa”, diz a coordenadora da ESPM. Alguns dos indícios mais comuns são alterações no apetite, desânimo, dificuldade de concentração, dores de cabeça frequentes, exaustão física e mental, insônia e sentimentos de fracasso e insegurança.
Como prevenir?
Uma das principais características da síndrome de burnout é o estresse. Dessa forma, os especialistas recomendam fazer o uso de técnicas que ajudem a reduzir esse sintoma. Algumas delas são a meditação, a prática de exercícios físicos e de atividades que fujam da rotina diária, além de evitar o consumo de substâncias, como bebidas alcoólicas e tabaco, que podem piorar a confusão mental. “Eu sugiro sempre exercitar o autoconhecimento. Quem já passou por isso, consegue identificar quando está ficando muito próximo. Mas, quem nunca passou por esse tipo de situação, às vezes, não consegue reconhecer que está entrando em um processo como esse”.
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