Mudar de carreira é uma decisão que não deve ser tomada de um dia para o outro
Iniciar uma nova trajetória profissional pode ser o caminho adequado para muitos profissionais que não encontram satisfação e sucesso naquilo que fazem, no entanto, é preciso muita cautela para avaliar se esta é apenas uma vontade momentânea, causada por problemas na empresa ou até mesmo por um projeto que não deu certo, ou se realmente este momento merece atenção e investimento.
Recomeçar exige muito mais do que vontade e entusiasmo. Além de aceitar uma remuneração mais baixa, o que é comum quando não se tem muita experiência em determinada área, o profissional também deve entender que precisará de muita dedicação para que o mercado o reconheça e para que seja capaz de assumir um novo cargo tendo as habilidades exigidas pelas organizações.
Mas afinal, por onde começar?
“O primeiro ponto é identificar por qual motivo o profissional quer mudar de carreira”, define Sulivan França, presidente da Sociedade Latino Americana de Coaching.
Para ele é importante que se entenda o ocorrido para que este mesmo fator não volte a acontecer no futuro, seja nesta ou em outra área futura.
Além disso, trata-se de uma reflexão tão necessária quanto imprescindível na escolha da futura carreira profissional, o que exige muito mais ponderação e objetividade para maiores probabilidades de acerto.
Existem diversas formas de fazer a escolha adequada. Se mesmo após avaliar toda sua carreira o profissional se der conta de que precisa realmente apostar em novas atividades, trocar experiência com profissionais que já atuem no mercado de interesse pode ser decisivo.
Ter pleno conhecimento dos prós e contras da nova área e avaliar se realmente deseja enfrentar estes desafios, auxiliam no processo da escolha e minimizam as chances de futuras frustrações.
Separar os hobbies de interesses profissionais é um dos pontos que devem ser levados em consideração nesta escolha, enfatiza Daniela Zanuncini, psicóloga, coach e diretora da Bem-Estar Desenvolvimento Humano.
Ela explica que é necessário entender que uma pessoa que gosta de roupas e de vestir os amigos, por exemplo, pode não ter a menor habilidade para atuar na área de moda.
“A maioria das pessoas confunde muito seus interesses e hobbies com o desejo de estar realizado em uma carreira”, explica. Outra questão que deve ser considerada pelo profissional é conhecer bem suas competências e dificuldades para não continuar carregando o mesmo tipo de problema.
A questão do planejamento financeiro também deve ser bem avaliada, principalmente quando esta mudança envolver outras pessoas, de forma direta ou indireta.
Em grande parte dos casos o mais indicado é que o profissional se mantenha em sua posição atual até que consiga se estabelecer e não desanime rapidamente com a nova remuneração.
“Quando o profissional tem uma meta de mudar de carreira e é preciso avaliar o quanto a carreira em que ele se encontra hoje contribui para que esta meta seja alcançada”, explica Sulivan.
Ao fazer este tipo de observação é comum que a pessoa perceba que ainda não é a hora certa de mudar de carreira até que consiga uma segurança, uma estabilidade financeira para poder se aventurar no mercado e partir para este novo mundo.
“É de suma importância que a pessoa estabeleça um plano de ação e tenha um planejamento para que ela possa fazer esta transição de maneira menos traumática possível”, afirma.
Esteja preparado para o novo desafio!
Deixar tudo, ou quase tudo para trás em busca de satisfação profissional, ou realização pessoal, é uma tarefa que exige disciplina e muita dedicação.
Apesar das organizações terem evoluído e já aceitarem, e muitas vezes até valorizarem, pessoas com este perfil, o mercado está cada vez mais competitivo e exige profissionais qualificados e preparados.
Para a administradora Juliana Schmidt, a carreira não é só momento, é uma construção a longo prazo, portanto alguns fatores devem ser avaliados e compreendidos por quem realmente deseja mudar:
- Não esperar que a mudança vá acontecer do dia para a noite.
- Não investir antes de fazer alguns testes no novo ramo.
- Não procurar ocupação nesta nova área sem fazer uma boa prospecção.
- Não deixar que o dinheiro seja o fator decisivo.
- Não entrar em determinada carreira apenas por modismo ou porque pessoas conhecidas tiveram sucesso.
- Pesquisar bastante, avaliar todos os riscos e investir em si é a receita para o sucesso de qualquer mudança. De acordo com Juliana, “Quem faz o que gosta faz bem feito. O profissional que pensar assim encontrará o mercado de braços abertos”, finaliza.