Não há milagres, mas pequenos atos podem interferir positivamente na qualidade dos relacionamentos pessoais e profissionais. Surpreenda-se, não há nada de novo nisso!
Apesar da aparente conectividade em que vivemos e de todas as maneiras possíveis de se comunicar que a humanidade tem à disposição, atualmente, uma das queixas mais frequentes entre as pessoas é a dificuldade nas relações, em todas as esferas, profissionais, pessoais e familiares.
As pessoas, em geral, demonstram grande dificuldade para expressar verbalmente as suas ideias, objetivos, percepções e emoções. Num mundo de imagens em que os instantâneos fotográficos substituem as palavras, a relação com a comunicação verbal está realmente perdendo espaço.
Não somos os melhores ouvintes. A experiência da digitação de mensagens coloca o receptor na condição de leitor. Estamos perdendo a capacidade de escutar atentamente o outro. Quando se tecla, o tempo de resposta se dá no tempo do outro, e isso pode ser um flagelo para quem espera, pois a expectativa é que outro responda imediatamente, no tempo de quem digita.
Não quero fazer nenhuma crítica às ferramentas eletrônicas. Elas vieram para ficar. Facilitam a vida, desde que a dominemos, e não sejamos dominados por elas. Percebo as pessoas escravas de seus aparelhos. Algumas até adoecem se ficam sem conexão, como se estivessem abandonadas ou excluídas do universo. Será?
A atenção para a criação de vínculos é importante, mesmo que sejam virtuais ou a partir deles. Nem sempre as relações são satisfatórias, e isso acontece não só em função de “com quem”, mas também do “como” nos relacionamos, e variam de acordo com a qualidade, a consistência, a constância, o significado, a força.
Seguem algumas dicas ou sugestões que poderão fazer diferença:
* Olhar e perceber a pessoa com quem você mantém uma conversa, por mais breve que seja. O olhar é a maneira mais poderosa de inclusão, e seu contrário também é verdadeiro.
* Dirigir-se às outras pessoas com gentileza, utilizar palavras como “por favor”, “obrigado”, demonstrando a capacidade de reconhecimento de um préstimo.
* Elogiar com palavras gentis.
* Cumprimentar as pessoas com quem você convive, nos elevadores, corredores, em salas de reunião, em casa, os pais, os filhos, os irmãos, os vizinhos.
*Respeitar as diferenças, desenvolver a capacidade empática. As pessoas são diferentes. Às vezes, digo para alguns pais que não é preciso enviar o filho para uma experiência no exterior; basta mandá-lo para casa de um amigo por alguns dias, e ele já perceberá a diferença.
* Evitar o modo “multi e automático” quando iniciar a conversa com alguém. Não seja mecânico. Privilegie aquele momento, e só aquele momento. Mantenha o foco naquilo que está fazendo, principalmente se envolver outra pessoa.
* Escutar o que o outro está dizendo. Evitar interromper quem está falando e aguardar que finalize o raciocínio antes de responder.
* Evite julgar o outro e fazer críticas desnecessárias. A sensibilidade é fundamental.
Conseguimos nos desenvolver e melhorar como seres humanos pelas relações com o outro. As pessoas percebem, assim como você, quando alguém está verdadeiramente interessado no que está sendo dito.
Precisamos do outro para saber se crescemos. É ele quem nos informa, direta ou indiretamente, sobre nossa própria evolução e adequação social, favorecendo o autoconhecimento. Assim, não espere que o outro dê o primeiro passo para começar a agir de maneira mais gentil e cordial. Talvez, no início, alguns até achem estranho, mas se o que foi dito neste artigo fizer sentido para você, coloque em prática.