por Roberta De Lucca para a #TMJuntos.com.br
com a colaboração de Adriana Gomes
Entre várias competências importantes, repertório e domínio da tecnologia são fundamentais
Durante muito tempo o talento e a criatividade pautaram a contratação nas empresas, mas hoje o mercado quer mais. Hard e soft skills são moedas de peso que, juntas e bem equilibradas, formam um profissional apto para atender as necessidades das corporações. “Talento e criatividade são soft skills, mas a grande dificuldade (de entender isso) talvez seja porque a maioria das soft skills são subjetivas e intangíveis e talvez haja um critério complicador na avaliação de juízo”, explica Adriana Gomes, coordenadora nacional de Carreira e Mercado da ESPM.
OS CRITÉRIOS DAS EMPRESAS
As corporações definem seus critérios do que entendem como talento, criatividade e soft skills, e isso auxilia os recrutadores a fazerem uma seleção mais objetiva e não apenas baseada em uma percepção do candidato. “As empresas têm que colocar comportamento observável na entrevista. Avaliar se uma pessoa se comunica bem, tem bom vocabulário, se consegue fazer uma argumentação que traga ideias coerentes e consistentes quando vai defender ideia ou conceito”.
COMUNICAÇÃO É UMA HABILIDADE FUNDAMENTAL
Todo mundo sabe que falar bem e saber se expressar é uma fundamental, mas muitos jovens têm dificuldade de se comunicar com clareza e não imaginam o quanto isso é necessário. “O jovem tem mais dificuldade. Talvez por conta dos devices e das redes sociais têm essa forma atrofiada de se comunicar.”
Quem se expressa bem desenvolve habilidades para negociar, trabalhar em equipe, ouvir os outros (incluindo opiniões divergentes) e aprender com as diferenças, e tudo isso é analisado pelo recrutador. Na entrevista, ele avalia a capacidade de argumentação, a construção das frases e o vocabulário. Também observa a postura corporal e gestual, a maneira de se vestir e o comportamento de maneira geral. Afinal, tudo isso é comunicação.
CULTIVAR REPERTÓRIO É SOFT SKILL
Outro ponto destacado pela especialista é a construção de um repertório multidisciplinar e multicultural. Num mundo em que a diversidade encontrou seu espaço, é preciso se adaptar de fato. Ou seja, se interessar e se dedicar a estabelecer boas relações com o que é diferente. Isso pede resiliência, tolerância e paciência, que são soft skills que se desenvolvem com o convívio. Se um colega da equipe é de uma orientação sexual ou religiosa diferente da sua, em vez de torcer o nariz, por que não ser curioso e aproveitar para buscar informações e se munir de conhecimento para criar diálogos?
Para facilitar, Adriana sugere correr na beirada da pista, ou seja, procurar desenvolver essas capacidades fora do ambiente de trabalho e aplicar na empresa. Praticar esportes coletivos é uma alternativa, porque a convivência é com pessoas de todo o tipo – do temperamento ao tamanho. Viajar e consumir conteúdos que apresentem outras culturas e modos de vida ampliam a capacidade de entendimento do outro e de outras coisas. “Ter essa mentalidade multicultural ajuda a entender que o mundo é maior que a bolha onde as pessoas vivem.”.
NEM TODO CRIATIVO É TALENTOSO E VICE-VERSA
A ideia de que os bons profissionais devem ser imperativamente talentosos e criativos não funciona para todo mundo. Isso porque existem profissionais muito talentosos e competentes, mas pouco criativos e vice-versa. Mas quem se dedica a ampliar seu conhecimento pode colher material que desperte a sua criatividade e modele seu talento.
TECNOLOGIA É HARD SKILL OBRIGATÓRIA
Além das habilidades técnicas inerentes à carreira escolhida, atualmente todo profissional precisa ter conhecimento em tecnologia e matemática – mesmo quem optou pela área de Humanas, segmento escolhido por quem, em princípio, não gosta de cálculos. As pessoas precisam dominar ferramentas como Excel e Power BI e saber fazer cálculos para analisar os dados para elaborar projetos. Afinal, dados movem o mundo e as empresas.
“IA pode ser grande aliada, mas o profissional tem que ter bagagem e informação para fazer o pedido. E aqui voltamos à questão do repertório. Tem que ter interesse para pesquisar e buscar informações confiáveis e ter discernimento da leitura. Nem tudo que está impresso e no Google é verdadeiro e fidedigno”, orienta Adriana.
Link original da matéria:
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