O luto do desemprego e a superação para a recolocação

Por Kelly Stak

A ruptura com a rotina e o convívio pode ser complicada e deixar aquela sensação de exclusão e fracasso


Depois de trabalhar tanto tempo numa determinada empresa a despedida pode não ser muito fácil para profissionais de inúmeros segmentos. É natural essas pessoas se vincularem emocionalmente com a companhia, afinal muitas delas passam mais tempo no ambiente de trabalho do que nas suas próprias casas.

Anos e anos de rotina que, de uma hora para outra é interrompida, deixa aquela sensação de desconforto e vazio, que pode vir junto com o sentimento de exclusão ou fracasso. Isso pode acontecer não somente com quem foi mandado embora, mas também com quem decidiu sair por conta própria.  Viver esse “luto” da perda é importante, mas não pode perdurar por muito tempo, é necessário não deixar esse sentimento se prolongar de tal maneira que impeça a abertura de novas oportunidade.

Começar uma nova fase profissional pode ser um desafio, mas, lembre-se que nem tudo está perdido, pois, está pode ser a chance que você precisava para evoluir e se tornar um profissional melhor. Sendo assim, melhor não remoer mais o que passou e tomar as atitudes necessárias para recomeçar.

Nesta fase, é muito importante que não negue seus sentimentos de frustrações, raiva, tristeza e injustiça. Trate-os e se necessário, busque ajuda. Tome cuidado para não “achar” que ainda faz parte da empresa e, mesmo desligado, ficar ligando na companhia ou para colegas com o objetivo de saber como estão as coisas ou quem está fazendo o seu trabalho.

Evite extravasar demais suas emoções, desabafando com todo mundo e buscando culpados. Fuja da baixa autoestima e da autocomiseração e entenda que, nem tudo acontece é necessariamente pessoal, por alguém “não ir com sua cara”,  ter sido sabotado ou rejeitado, caso contrário terá dificuldade de superar. Lembre-se que quando as emoções não são controladas, poderá queimar o seu networking (com seus próprios colegas e outros relacionamentos), que será muito necessário para a recolocação.  

A próxima etapa é fazer planos e estabelecer metas com atitudes que levarão a recolocação profissional. Aproveite para refletir sobre sua carreira: há quanto tempo não se atualiza profissionalmente? Será que precisa fazer novos cursos, que deem um “up” profissional?  Atualize seu currículo de forma bem personalizada e perfil profissional em redes sociais, especialmente no LinkedIn (com sua marca, dentro das tendências atuais). Depois disto, faça uma lista de pessoas que podem indicar você para uma nova oportunidade. Mas, não entre em desespero, colocando seu C.V. (por exemplo) em grupos de conversa, como WatsApp, pois a melhor maneira de alcançar credibilidade é no contato pessoal e individual.

Não se deixe levar pela ansiedade durante o tempo que estiver procurando uma recolocação. O nervosismo leva ao desespero e também a escolhas precipitadas como aceitar a primeira oferta de trabalho sem pensar em salários e benefícios, entre outros pontos importantes a serem considerados. Para evitar o estresse, aproveite um pouco para descansar e converse com pessoas que possam ajudar você na superação profissional.

Além disso, faça um balanço da sua carreira até aqui (sem culpas), busque entender onde falhou e o que deve ser feito para que isso não se repita. Busque um desenvolvimento técnica e também emocional investindo numa evolução contínua por meio de cursos e ferramentas de aprimoramento profissional e pessoal.  Há treinamentos, com coaching ou especialistas comportamentais, que aceleram o processo de empoderamento, fazendo você entender quais são os aspectos sabotadores dos seus resultados.

Para ser bem-sucedido é necessário desenvolver habilidades, por isso invista em você, para que alcance o sucesso que tanto almeja.  Mantendo o equilíbrio e fazendo a coisa certa irá se recolocar com potencial de crescimento e plano de carreira, para dar continuidade aos seus planos.

Artigo de: Kelly Stak, é consultora de RH e especialista em desenvolvimento de pessoas e escritora do livro “Rótulos Não Me Definem: Uma História de Resiliência”

Sobre Kelly Stak:

Kelly Stak é uma consultora de RH, especialista em desenvolvimento de pessoas e autora do livro Rótulos Não me Definem. Atuando como Consultora de Recursos Humanos, a profissional possui experiência de 15 anos na implantação de projetos e desenvolvimento de equipes. Coordenando a concepções de mapeamento de processos, com conhecimentos nas rotinas de Departamento Pessoal, Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Cargos e Salários. Como consultora, ela atende líderes e pessoas que desejam alcançar alta performance nos seus objetivos profissionais. Ela é graduada em Gestão de Pessoas e pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas, tendo como formações complementares: Coaching, Analista Comportamental, Avaliação 360º pelo Instituto Brasileiro de Coaching; Gestão da Inovação pela ABIT com parceira com a Pierachiani e Instrutora de Treinamento pelo SENAI de São Paulo.  Em 2021, Kelly Stak, que também é escritora, lançou o livro “Rótulos Não Me Definem: Uma História de Resiliência”.

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