Por Letícia Colombini , UOL 6 Minutos – São Paulo,
www.6minutos.uol.com.br
Você é da turma que estava só esperando a poeira baixar, com a melhora da pandemia e a retomada das atividades, para finalmente colocar em prática planos até então engavetados? Entre eles, emplacar um emprego novinho em folha, melhor que o atual e mais condizente com seus valores e aspirações?
Então, que tal reforçar esse importante objetivo, incluindo-o na lista de promessas para 2022?
“Um dos inúmeros efeitos da crise do covid-19 foi convidar as pessoas em geral a repensar o significado e o propósito de seu trabalho”, diz Adriana Gomes, sócia-diretora da consultoria Vida e Carreira e coordenadora nacional da área de Carreira e Mercado da ESPM. “Nesse caso, nada mais oportuno do que aproveitar o sentimento de renovação e todas as possibilidades de um reinício de ano para buscar um emprego que faça sentido para você.”
Veja aqui algumas dicas para montar sua estratégia de busca:
Perceba a sua realidade
Um primeiro passo para alcançar seu objetivo é ampliar sua visão sobre a realidade do mercado onde atua, cenário macroeconômico, tendências, perspectivas. “Calibrar o que você sabe e o que pode oferecer, versus as expectativas do mercado, permite ao profissional estruturar melhor sua estratégia de recolocação”, diz a especialista.
Tenha uma reserva financeira
Ter uma boa reserva financeira certamente irá ajudar você a procurar, com calma e estabilidade, as melhores oportunidades de do mercado. e, principalmente, a definir melhor os rumos de sua vida profissional.
Não negligencie o currículo
As tecnologias estão cada vez mais presentes nos processos de recrutamento e seleção, mas ter um currículo tradicional bem formatado continua sendo o primeiro passo para sua “campanha de marketing pessoal” dirigida à busca de um novo emprego. Além de instigar o recrutador a chamá-lo para uma entrevista, o documento serve como um roteiro para elaborar vídeo-currículos, demonstrar claramente suas competências e articular as ideias frente a uma entrevista de trabalho.
O pulo do gato está em ajustar o CV de acordo com cada empresa e cada oportunidade. Por que perder a chance de valorizar aspectos relevantes da sua experiência voltados para uma empresa ou uma vaga em especial? Afinal de contas, se trabalhamos num mundo cada vez mais personalizado, por que seu CV deve ser genérico?
Prepare sua narrativa
Sua narrativa também deve variar de acordo com cada entrevista de emprego. “O problema é entrar no modo automático e não convencer”, explica Adriana.
Não se esqueça do Linkedin
Mostre no seu perfil do Linkedin “o melhor do melhor” que você tem a oferecer ao mercado e cuide com atenção da imagem projetada de si mesmo, o que inclui os conteúdos postados. O objetivo é construir uma identidade profissional condizente com o modo que deseja ser visto por seu futuro empregador.
Escolha as empresas
Em vez de esperar por aberturas de vagas em empresas aleatórias, ou sair atirando para todos os lados, o ideal é eleger as organizações que mais admira e nas quais gostaria de atuar. Insatisfeita com seu trabalho como gerente de contas em uma companhia do setor de construção civil em Chicago, onde mora, a farmacêutica Daniela Grando está mais do que decidida a ingressar em uma organização em particular.
“Ao pesquisar recentemente na Internet, me deparei com a descrição de uma vaga em uma multinacional alemã do segmento de essências e fragrâncias que me caiu como uma luva. Resolvi pesquisar mais sobre a empresa e vi que realmente adoraria trabalhar ali”, diz.
Desde então, ela vem trilhando as várias possibilidades para alcançar sua meta. Com o apoio de um coaching de carreira no Brasil e outro nos Estados Unidos, vem fazendo contato com o decisor global de RH da organização. Além disso, já tem agendadas conversas com ex-colegas de faculdade e de trabalho que, de alguma forma, conhecem colaboradores da subsidiária da companhia no Brasil – capazes de ajudá-la a pavimentar o caminho até a filial norte-americana. “Usando de tática e paciência, a ideia é me fazer presente e mostrar como posso contribuir com os resultados do negócio por meio das minhas competências”, diz Daniela. “No paralelo, também estou pesquisando, claro, outras organizações que me agradem e combinem com meu perfil e minhas expectativas.”
E o velho QI (quem indica)?
Pense e responda: de todas as pessoas com quem já trabalhou ao longo de sua carreira, quantas indicariam você e seu trabalho sem hesitação? E mais: dentre elas, há alguém atuando em alguma organização que considere interessante? Se sim, eis uma boa hora de retomar o contato com ex-chefes, ex-colegas, ex-subordinados e ex-clientes, entre outros. “Apesar de vivermos em um mundo dominado por algoritmos e inteligência artificial, pessoas indicando outras pessoas é algo que continua tendo um peso enorme nas tomadas de decisão no que se refere às contratações”, diz Adriana.