Adriana Gomes/Vida e Carreira
Com apoio do Great Place to Work
Maternidade e trabalho sempre será uma pauta importante, pois cada vez mais mulheres integram o mercado de trabalho, buscando autonomia e independência.
Vejo a tendência de mulheres questionarem a continuidade na vida executiva da maneira como ela está, hoje, nas organizações. São mulheres inteligentíssimas, com sólida formação acadêmica e bem-sucedidas em suas áreas de atuação, porém em um momento especial da vida, a maternidade, e esse fato tem gerado fortes reflexões sobre a continuidade da carreira nesses moldes.
Essas mulheres não pensam em parar de trabalhar, até por que a satisfação da conquista e autonomia financeira lhes são muito gratificantes também. A verdade é que o movimento é muito mais pela busca do equilíbrio do que pelo abandono de um papel em detrimento do outro.
O mundo precisa de mães presentes e, culturalmente, são elas quem cuidam da família inteira, dos filhos, do marido e dos pais. Isso causa enorme sobrecarga, mas o fato parece não ser levado em consideração ou é visto de canto de olho pelas organizações. Para a mulher ascender na carreira, ela precisa agir de maneira muito masculina, abrindo mão de outros papéis, e se dedicar só à performance profissional. Isso não é mais suficiente.
Apesar do preconceito que ainda existe em relação à maternidade quando se trata de mercado de trabalho, algumas empresas pensam no valor da força da mulher e principalmente das mães, que estão comprometidas em oferecer o melhor para o futuro dos seus filhos, mas ainda há muito o que evoluir nesse campo.
Em 2017, o Great Place to Work® é a única empresa global de pesquisa, consultoria e treinamento que estimula as organizações a identificar, criar e manter excelentes ambientes de trabalho por meio do desenvolvimento de culturas de alta confiança, selecionou as 150 melhores empresas para trabalhar e com base nos dados enviados por essas empresas, foi gerado um estudo sobre maternidade nas organizações. Em abril de 2018, abriram duas enquetes no portal (www.gptw.com.br) perguntando sobre boas práticas relacionadas ao tema e obtiveram a participação de 391 respondentes.
Análise sobre os Indicadores e Práticas para a Maternidade nas Organizações
Infelizmente, por um lado, ainda há 47% de empresas que não apresenta nenhum benefício especial aos pais e mães. Por outro lado, temos empresas bastante preocupadas com essa questão, concedendo creches e ajuda de custo para a educação dos filhos nos primeiros anos de vida. Há também 8% de pessoas que pode escolher qual serviço receber. Porém, é complicado o fato de que algumas empresas concedam esse benefício apenas para as mães, não incluindo os pais, trazendo sobrecarga de responsabilidade para a funcionária mãe.
Programas exclusivos para pais e mães que as organizações oferecem
O benefício mais comum citado pelos respondentes, visitantes do portal GPTW, é a flexibilidade de horário para os pais (40%), principalmente mães (24% do total). É possível observar também que as pessoas contam com curso de gestante (7%), sala de amamentação (6%), treinamentos para pais (3%) e até coaching para a licença maternidade (3%). No entanto, ainda há 41% de empresas que não apresenta nenhum programa exclusivo pais e mães.
As organizações, de forma geral, estão com tendência a atender bem às funcionárias que são mães, e conseguem ser ainda melhores quando se observa as práticas das empresas premiadas. São empresas que cumprem além do que é estabelecido pela lei, e também surpreendem com práticas que contribuem para o bem-estar familiar dos funcionários.
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