Questionamentos como: será que vale a pena dedicar tanto tempo ao trabalho em troca de uma remuneração maior? Vale a pena se empenhar 15, 16 horas por dia para acumular riqueza ou adquirir um patrimônio o qual eu não tenho tempo ou energia para usufruir? Será que, trabalhando muito agora, estou abrindo mão de “viver” hoje em nome da construção de base financeira para o futuro? A que tipo de troca estou realmente disposto?
Dilemas como esses são comuns ao longo da vida e certamente não há uma resposta que atenda aos anseios de todos.
A dificuldade de situações como essas reside no aspecto de ambas as possibilidades soarem interessantes. E elas são incompatíveis –é preciso escolher uma.
No poema “Ou isto ou aquilo”, Cecília Meireles diz: “Ou guardo o dinheiro e não compro o doce, ou compro o doce e gasto o dinheiro”. Ela consegue representar as dificuldades diante das escolhas que fazemos frente às oportunidades que a vida nos oferece.
Escolher implica, necessariamente, abrir mão de outras coisas e é difícil lidar com o sentimento da perda.
O que pode minimizar esse sentimento é ter consciência de que quem está efetivamente decidindo é você –com base nos seus valores, e não de outros (pais, superiores, amigos), nas suas crenças, diante dos seus projetos de curto e médio prazos (próximos meses a até dois ou três anos) e na percepção de que, naquele momento, é sua melhor alternativa. É preciso ter a consciência de que não há certo ou errado, mas, sim, o mais adequado naquele momento para a sua vida.
Você conhecerá pessoas que fizeram opções diferentes e que obtiveram resultados tanto positivos quanto negativos para situações semelhantes. Quem vive na sua pele é você. Assim, tomar a experiência do outro como garantia de sucesso para a sua vida pode ser uma grande cilada.
Algumas decisões são intransferíveis e ser responsável por elas diante das incertezas e das possibilidades é o risco que se corre. Entretanto, vale lembrar que errar faz parte do jogo, é possível mudar a qualquer momento e que se aprende em todas as situações.
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/adrianagomes/2013/08/1328147-o-dinheiro-ou-o-doce.shtml