Saiba como escolher o sócio ideal para sua empresa

Para especialista, o segredo para não errar na escolha é fazer uma avaliação profunda do candidato, como se fosse uma seleção de emprego

Por Karla Santana Mamona 

|10h04 | 31-07-2012

SÃO PAULO – Tocar uma empresa sozinho exige coragem. Quem se arrisca sabe dasdificuldades que aparecem no meio do caminho. Nesta hora, é bom ter uma pessoa em que se possa contar. Nada melhor do que um sócio. Mas o que pode ser a solução para alguns, para outros, pode ser problema. Afinal, entre familiares, amigos ou desconhecidos quem serve para ser sócio?
Para a coordenadora do Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), Adriana Gomes, uma maneira de não errar na escolha é fazer uma avaliação profunda sobre o candidato a sócio. “É como se fosse um processo seletivo de vaga para emprego. O empresário tem que analisar alguns fatores”.
O principal, segundo a especialista, é a afinidade, afinal de contas, muitas vezes, os sócios convivem mais entre si, do que com a própria família. Mas afinidade, não significa que as competências entre ambos têm ser igual. Ao contrário, quando mais diferentes melhor. “As competências devem ser complementares”, ressalta.
A mesma opinião é compartilhada pelo presidente da Fran Systems, consultoria no desenvolvimento de negócios, Batista Gigliotti. “Os perfis devem ser diferentes, mas os valores devem ser iguais”.
Tudo bem esclarecido
O consultor acrescenta ainda que é fundamental que os sócios tenham funções diferentes dentro da empresa e aqueles que tiverem menor participação na sociedade deve obedecer a hierarquia.
O pro-labore, remuneração do trabalho realizado por sócio, também não é obrigado ser da mesma quantia para os sócios. O valor depende da participação acionária de cada um, além do capital investido e tempo de dedicação ao negócio.
Para não ter problemas com estas questões, é fundamental que tudo isso esteja bem esclarecido em um contrato, assim ninguém pode usar a desculpa que “eu não sabia ou isso não estava acordado”.
Roubo
Quem passou por uma “saia- justa” com o sócio foi o diretor-executivo do Plan Idiomas Direcionados, Faust Maurer. Ele lembra que após um ano de sociedade, ele não enxergava os resultados esperados.
“Descobri, conversando com alguns alunos, que meu sócio usava o marketing da empresapara conseguir novos clientes e não os registrava. Usava uma empresa aberta em seu nome para receber o dinheiro. Como temos muitos contratos em empresas, muitos alunos não vão à escola e por isso, eu levei um tempo para desconfiar.
Maurer explica que este sócio era um ex-colega de trabalho. Além disso, ele era uma pessoa de confiança e tinha experiência. “Não imaginava que a desonestidade pudesse colocar o negócio em risco. Ele parecia o sócio ideal, além de conhecimento técnico, também tinha capital para investir”.
Com o episódio, ele afirma que aprendeu que apenas experiência não é suficiente para o fechamento de uma parceria. “Deve-se prestar atenção em outros fatores que são essenciais para a formação de qualquer sociedade. Hoje, penso que a confiança é o mais importante deles”.
Parceria de infância
Já quem não pode reclamar da sociedade é o empresário Ricardo Althoff. Juntamente com o sócio Gabriel Costa, ele comanda a rede de franquias Seu Professor. A sociedade nasceu ainda nos tempos da faculdade. Apesar de cursarem graduações diferentes, ambos tinham o desejo de abrir uma empresa. “Só não fizemos a mesma graduação. Mas estudamos na mesma escola durante a infância. Somos amigos desde oito anos de idade”.
O segredo da parceria de tantos anos, segundo Althoff, é saber escutar o outro, ter bom senso e tolerância. O empresário também acredita que ter personalidades diferentes é muito vantajoso. “Isso soma muitos pontos em uma sociedade. É um casamento profissional”.
 
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