O rendimento médio do trabalhador e o emprego na Região Metropolitana de São Paulo registraram o melhor desempenho da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para um mês de agosto, segundo dados divulgados ontem. A Pesquisa Mensal de Emprego, realizada desde 2002, mostra uma taxa de desocupação de 6,3%, uma pequena queda em comparação com os 6,5% registrados em julho e os 6,8% de agosto do ano passado.
Já o rendimento médio real foi de R$ 1.719,10, um valor um pouco maior que o registrado no mesmo mês de 2010, quando a média era de R$ 1.705,03. Porém, o trabalhador ganhou um pouco menos em comparação com julho, quando o rendimento foi de R$ 1.728,30.
De acordo com Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, a queda mensal foi puxada pela redução salarial no comércio, nos serviços prestados a empresas e serviços domésticos. Mas ainda é preciso acompanhar as variações nos próximos meses para saber se algum fator específico vai ter impacto em novas reduções.
No conjunto das seis principais regiões metropolitanas do País, a taxa de desemprego também foi a menor para um mês de agosto desde o início da série histórica. A taxa ficou estável em 6%. O rendimento médio foi de R$ 1.629,40 e chegou ao mais alto patamar da série. O valor representa uma alta de 0,5% em comparação a julho e de 3,2% na comparação com mesmo mês do ano passado.
“A formalidade pode ser uma das razões desse aumento no rendimento. Há mais pessoas com carteira assinada, portanto, ganhando melhor. A economia forte formaliza, e a economia formalizada possibilita um rendimento maior”, diz Azeredo.
Números positivos
O gerente do IBGE observa que a contratação está mais distribuída. “Só que não houve ainda um estímulo forte para contratar expressivamente. O estímulo seria ter a confiança dos investidores não só no cenário econômico externo, mas também interno, para expandir seus negócios e consequentemente expandir vagas”, completa.
Para a coordenadora do Centro de Carreiras da pós-graduação da ESPM e diretora do site Vida e Carreira, Adriana Gomes, os números do IBGE são positivos, levando em consideração o mercado mundial de trabalho. E para quem quer aproveitar o período favorável, a dica é investir em formação acadêmica. “Pode parecer clichê, mas quem não perceber isso vai perder espaço no mercado”, alerta.
JORNAL DA TARDE (SP) • SEU BOLSO • 23/9/2011 • 09:44:00
Gisele Tamamar