Liderança se conquista com aulas de coaching

Carmen Lígia Torres
Treinamento: Mundo competitivo demanda performance e inovação
O coaching está arrebatando as mentes dos executivos brasileiros e conquistando cada vez
mais espaço nas empresas como caminho para transformar pessoas em líderes capazes de
inspirar equipes e levá-las a desempenhos cada vez melhores no mundo corporativo. “O papel
do executivo cresceu e, agora, além das tarefas administrativas ele precisa ser capaz de
desenvolver pessoas”, diz Villela da Matta, presidente da Sociedade Brasileira de Coaching
(SBC).
Segundo ele, o mundo competitivo demanda performance e inovação crescentes, mas não são
a tecnologia e os processos operacionais, por mais sofisticados que sejam, que trarão isso para
as empresas. “Esses instrumentos viraram commodities e são acessíveis a todos da mesma
maneira”, diz. Segundo ele, o diferencial competitivo das empresas são as pessoas, pois são o
único capital capaz de gerar resultados realmente inovadores.
De origem inglesa, a expressão coaching significa treinamento. Porém, seu sentido no contexto
dos negócios ultrapassa o tradicional treinamento intelectual, que busca a aquisição de
habilidades e de competências para desempenho de tarefas. Trata-se de um processo que
pretende levar a mudanças comportamentais efetivas, a partir de um amadurecimento
psicoemocional direcionado a necessidades do cargo e das metas das empresas.
O coaching existe no Brasil há pelo menos doze anos, quando foi criada a SBC. Segundo os
dados da instituição, até o ano passado 2,5 mil pessoas foram treinadas e, apenas nos
primeiros cinco meses desse ano, mil pessoas passaram por treinamento. A expectativa é
terminar o ano com 1,5 mil novos treinados. A SBC oferece tanto cursos para a formação do
coach como uma carteira de profissionais, vinculados a ela, que prestam serviços para pessoas
e empresas.
Eduardo Cupaiolo, sócio-diretor da PeopleSide, que há dez anos presta serviços de coaching e
mentoring (espécie de coaching que inclui outros aspectos da vida além do trabalho), credita o
aumento do interesse por coaching às mudanças aceleradas no mundo dos negócios.
Segundo ele, ao mesmo tempo em que as organizações têm sido levadas a valorizar mais os
relacionamentos humanos, houve uma redução expressiva da idade com que os profissionais
chegam aos postos gerenciais e executivos. “Um bom programa de desenvolvimento deve
oferecer o discernimento aos mais jovens e, aos mais experientes, a capacidade de lidar com
pessoas”, diz.
O coaching é um método para ser utilizado da média gestão para cima, pois trata-se de um
processo caro. A hora desse trabalho pode variar entre R$ 750,00 e R$ 5 mil, dependendo do
profissional. O trabalho é individual, e o acompanhamento ou a sessão acontece uma vez por
semana, por um período de tempo, em geral, de no mínimo seis meses.
A motivação das empresas para buscar coaching parte de situações diversas. Segundo Lúcia
Duque, sócia-diretora da Proative-se, os executivos são eleitos quando precisam acelerar a
maturidade para melhorar performances, assumir novos postos na empresa ou, ainda,
melhorar o clima organizacional.
Há situações diversas, mas diagnósticos como rotatividade de trabalhadores, climas
organizacionais negativos, perda de competitividade, ou ainda preparação para cenários de
mercado exigentes costumam ser os mais constantes motivos para lançar mão desse tipo de
treinamento. Entre os atributos mais comuns da liderança, diz ela, estão delegar poder,
comunicação assertiva com a equipe, capacidade de inspirar e motivar. “O líder precisa estar
focado no desenvolvimento do outro e isso é algo difícil de ser conquistado”, resume.

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