Mercado requer idioma acompanhado da cultura

imagesCAJF9NECDe fato, mais do que dominar um idioma é importantíssimo o conhecimento dos hábitos e costumes dos países. Isso faz a diferença no momento de realizar negócios. Quem entende os aspectos culturais, valores e crenças, leva vantagem. A matéria é bem interessante e reafirma minha posição.
Por  Mariana Celle
Ter fluência no idioma inglês não é mais diferencial no mercado de trabalho. Além da vivência na língua de Shakespeare, as empresas também buscam a habilidade em uma segunda ou terceira língua estrangeira aliada ao conhecimento da cultura de outros países. Foi o que aconteceu com Jerome Ly, que conquistou aos 28 anos o cargo de sócio-diretor da Ludatrade. com, parceiro brasileiro do Alibaba.com, site de comércio eletrônico mundial que promove negócios entre empresas. Ly temorigemasiática e viveu na França até os 23 anos, depois morou nos EstadosUnidos,Hong Kong e há um ano está no Brasil. Na lista de idiomas do jovem executivo, estão o francês, inglês, chaozhou (dialeto chinês), mandarim e cambojano, os quais tem fluência; ainda há espaço de conhecimentos moderados do cantonês, espanhol e português. Conhecer não apenas a língua, mas tambémos hábitos e as particularidades culturais é essencial para tornar um negócio bem-sucedido, acredita Ly. Cada país tem sua particularidade e conhecê-las é uma vantagemcompetitiva , diz. Diferenças culturais Uma negociação não acontece da mesma forma em todos os países. Na China, por exemplo, geralmente você fecha um negócio enquanto está jantando e cantando com seu chefe. Na França ou nos Estados Unidos, essas relações são muito mais formais , afirma o executivo. Devido a essas circunstâncias, Ignacio Bao, presidente da Signium Internacional, consultoria em recursos humanos, alerta que saber apenas a língua não é satisfatório no meio corporativo. O conhecimento do idioma deve ser suficiente para gerir a empresa e a equipe, não apenas para conversar em um jantar , diz. Ohábito de improvisar também não, assegura Adriana Gomes, coordenadora do ESPM Carreiras, serviço de apoio ao desenvolvimento profissional dos alunos da Escola Superior de Propaganda e Marketing. Arriscar no portunhol não é suficiente nas relações de trabalho , afirma. Companhias internacionalizadas A demanda por profissionais que sejam efetivamente fluentes em outros idiomas não é apenas externa, mas tambémde empresas brasileiras interessadas em serem globais. Hoje muitas companhias podemser consideradas transnacionais, pois têm fornecedores, clientes, parceiros e concorrentes de outros países , afirma Bao. Desta forma, a crescente procura interna é uma boa chance de alavancar a carreira. A fluência em inglês e em espanhol gera remuneração mais alta e crescimento acelerado , diz Adriana. A especialista ainda indica que caso o profissional não consiga se comunicar de forma razoável é melhor não citar o idioma no currículo. É preciso conseguir, pelo menos, comentar sobre suas realizações e informações que constam no currículo apresentado , afirma. Estrangeiras Caso um profissional não saiba se comunicar em inglês ou em espanhol, idiomas mais difundidos nas escolas de idiomas no país, ainda há boas oportunidades no mercado. Se uma pessoa é fluenteemfrancês ouemalemão, por exemplo, e conhece a cultura desses países, é uma grande vantagem , diz Adriana. Antes de tudo: o português Desde o início deste ano, a procura pelo curso de redação empresarial cresceu 50% em relação ao ano passado na Catho Online, empresa de oferta de currículos e empregos pela internet. No prazo de quatro anos, mais de 20 mil profissionais já fizeram o curso para aprimorar a língua portuguesa. Os números são apenas uma fatia do mercado que demonstra que a habilidade com o próprio idioma nem sempre pode ser garantida apenas pelo conhecimento do vocabulário técnico. Hoje as empresas esperam que, com o curso, o profissional possa expressar competência ao comunicar, pois muitos têm dificuldade de escrever e-mails e relatórios , diz Etiene Carvalho de Castro, coordenadora comercial da Catho Educação. O comando do próprio idioma é fundamental para organizar o pensamento e expressar ideias com mais precisão, segundo Adriana Gomes, coordenadora da ESPM Carreiras. Falar e escrever bem o português é pré-requisito número um , diz.
M.C. _ mcelle@brasileconomico.com.br
BRASIL ECONÔMICO (SP) • BRASIL • 28/9/2010

2 comentários em “Mercado requer idioma acompanhado da cultura”

    • Obrigada pela sua mensagem Latanya. Passe por aqui sempre que quiser e desejamos que nossos artigos sejam úteis para seu gerenciamento de carreira. Um abraço, Adriana Gomes

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