Negociação é um tema apaixonante, pois trata da arte de persuadir. Infelizmente não é uma matéria da grade escolar, mas em minha opinião deveria estar no currículo desde o ensino médio.
Quando a questão é salário, então, as dúvidas se agigantam e sem o devido preparo a situação pode ficar embaçada. Assim essa matéria é bem oportuna quando se trata de Gerenciamento de Carreira.
As dicas são bem oportunas.
Um abraço, boa leitura.
Adriana
Normalmente, a discussão sobre salário começa bem antes de você ser chamado para a vaga. Tudo começa na primeira conversa que você tem com o selecionador, que na maior parte dos casos é feita por telefone. É nesta “pré-entrevista” que o profissional de RH vai querer saber, entre outras coisas, quanto você quer ganhar e quanto ganhou – ou está ganhando – no último ou atual emprego. Se o seu perfil e sua pretensão salarial estiverem de acordo com a vaga pretendida, o selecionador vai marcar a primeira entrevista pessoal com você – onde a questão salarial será tratada novamente.
Para o diretor de RH da Microsiga, Flávio Balestrin, muitos candidatos ainda enfrentam relutância em falar da importância que o salário tem nas suas vidas. “Se eu faço a seguinte pergunta – Qual é a importância do dinheiro na sua vida? – muitas pessoas tremem de medo e não sabem o que dizer. É preciso ser sincero e não ter vergonha de dizer o quanto a questão salarial é importante, mas salientar também outras coisas, como a oportunidade de estar trabalhando naquela empresa, a ascensão profissional que terá nesta nova posição, entre outros aspectos”. Da mesma forma, quando o selecionador perguntar sobre o seu último ou atual salário e quanto pretende ganhar, a dica de Flávio é: não minta. “O bom entrevistador consegue identificar qual a sua remuneração real, seja pelo perfil da vaga ou pela desenvoltura com que o candidato coloca as informações”.
Na entrevista de emprego, discutir sobre o salário costuma ser o momento mais desconfortável. Antes de argumentar, é preciso lembrar que ambos os lados estão cumprindo seus papéis, então não encare este processo como uma luta entre antagonistas. Aliás, seu objetivo é mudar de lado na mesa, quebrando as barreiras e trabalhando em equipe. Assim, o processo de comunicação se abre.
Para isso, mostre o quanto você está feliz com a oportunidade e questione sobre todas as ramificações da oferta. Além de desarmar o nervosismo, suas perguntas podem ser valorizadas. Lembre-se que a negociação de salário tem uma posição importante no desenvolvimento das relações com o novo emprego. Afinal, este pode ser seu último teste. Confira 10 dicas de como tratar o tema e conseguir o que você quer:
1. Esteja preparado
Faça uma pesquisa de mercado e, levando em conta suas necessidades, estabeleça um nível razoável para salário e benefícios adicionais – como bônus, ações e férias. Certifique-se que este “pacote” atende às suas expectativas, para não ter problemas futuros. Tenha justificativas na ponta da língua para defender sua proposta, como experiência e competência.
2. Seja firme
A maioria dos negociadores procura escapar com reações hostis. Evite esta cilada fazendo uma oferta razoável e apropriada e permaneça nesta posição até a outra parte oferecer uma boa razão para você mudar.
3. Seja prudente
Mantenha sua proposta em mente. O objetivo é atingir um acordo que satisfaça a ambas as partes. Se a discussão está longe de um acordo, pense em outra proposta. Use sua energia para criar soluções, não para armar uma batalha.
4. Controle a ansiedade
Deixe a negociação para o fim da entrevista. Deixe a conversa rolar, conquiste o empregador e então fale sobre valores.
5. Primeiro, a empresa
Quando o empregador faz a proposta antes, você tem a oportunidade de revisar sua própria proposta. Compare o valor posto na mesa com a faixa salarial do mercado para chegar a uma conclusão satisfatória.
6. “Quanto você tem em mente?”
Para responder a pergunta, dê uma resposta mais ampla, sem citar valores específicos. Você pode dizer “Em procuro algo em torno de X reais”. Deixe claro que você está familiarizado com a média do mercado.
7. Comece com o tom certo
Deixe a pessoa saber que você vai ouvir e procurar entender o ponto de vista da empresa. Ao mesmo tempo, mostre que você espera o mesmo. Assim, vocês trabalham em conjunto para chegar a um consenso. Evite ultimatos, ameaças e outros comportamentos rígidos.
8. Tenha uma carta na manga
Crie possíveis soluções para um impasse e coloque-as na mesa. Juntos, sem compromisso formal, empresa e candidato podem decidir qual é a mais vantajosa para ambos.
9. Deixe claro seus interesses
A negociação deve satisfazer uma lista de necessidades, não apenas a salarial. Outros tipos de compensação podem ser válidos – como divisão de lucros, ações, bônus, mais responsabilidade, uma agenda de promoções, férias maiores ou horários flexíveis.
10. Foque em um critério
É muito mais fácil persuadir alguém quando a proposta é fundamentada em um critério objetivo, como pagamento por experiência, competência ou tempo de casa. Procure saber em qual linha você se encaixa na empresa.
Após a negociação, reflita sobre os pontos que você acertou e os que errou. Com esta auto-análise, o processo será mais tranqüilo da próxima vez.
http://carreiras.empregos.com.br/carreira/administracao/ge/entrevista/pratica/141003-negociacao_salario.shtm